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Fim para um começo, recomeço para um fim!

NS1.37.6.20


Celebramos uma vez mais o fim, e um novo começo...

Imagem gerada por I.A.
Imagem gerada por I.A.

Hoje, 1º dia de 2025 para a grande massa (principalmente nós Ocidentais), celebramos o Dia da Fraternidade Universal. Data esta, que tem como símbolo à busca pela paz entre todos os Povos e Nações... Neste propósito firma-se o ser e estar no mundo deste projeto; Natureza Humana! Assim também representado pela memória que rege este dia; Espelho Solar Branco - Kim 178. Mas não nos apeguemos a estes detalhes neste momento, seguimos para nosso propósito, evidenciar o Humano e a Natureza. De momento, seremos breves... mas profundos!

Para isso, evocamos a arte, poesia de Drummond que de maneira maestral nos leva a refletir sobre nós; humanos desumanizados.


O homem, bicho da Terra tão pequeno

chateia-se na Terra

lugar de muita miséria e pouca diversão,

faz um foguete, uma cápsula, um módulo

toca para a Lua

desce cauteloso na Lua

pisa na Lua

planta bandeirola na Lua

experimenta a Lua

coloniza a Lua

civiliza a Lua

humaniza a Lua.

 

Lua humanizada: tão igual à Terra.

O homem chateia-se na Lua.

Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.

Elas obedecem, o homem desce em Marte

pisa em Marte

experimenta

coloniza

civiliza

humaniza Marte com engenho e arte.

 

Marte humanizado, que lugar quadrado.

Vamos a outra parte?

Claro — diz o engenho

sofisticado e dócil.

Vamos a Vênus.

O homem põe o pé em Vênus,

vê o visto — é isto?

 

idem

idem

idem.

 

O homem funde a cuca se não for a Júpiter

proclamar justiça junto com injustiça

repetir a fossa

repetir o inquieto

repetitório.

 

Outros planetas restam para outras colônias.

O espaço todo vira Terra-a-terra.

O homem chega ao Sol ou dá uma volta

só para tever?

Não-vê que ele inventa

roupa insiderável de viver no Sol.

Põe o pé e:

mas que chato é o Sol, falso touro

espanhol domado.

 

Restam outros sistemas fora

do solar a colonizar.

Ao acabarem todos

só resta ao homem

(estará equipado?)

a dificílima dangerosíssima viagem

de si a si mesmo:

pôr o pé no chão

do seu coração

experimentar

colonizar

civilizar

humanizar

o homem

descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas

a perene, insuspeitada alegria

de con-viver.


O Homem, As Viagens* - Carlos Drummond de Andrade


Contudo, não pense equivocadamente que apontamos o dedo, ou julgamos aqui e acolá. Com isso, reconhecemos nossas limitações. Assim reconhecidas, buscamos trazer consciência e humanidade. Tão pouco certos ou errados, buscamos juntos reconstruir o elo perdido entre Humano e Natureza; buscamos por uma Natureza Humana**.


* Extraído do livro As Impurezas do Branco.

** A compreensão sobre a Natureza Humana que gostaríamos de compartilhar, iremos compartilhar nos textos que publicaremos futuramente.

 
 
 

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